domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entrevista Exclusiva: Burke Thomas apresenta o Vendetta Red

Nesses ultimos dias, voces puderam notar que o blog ficou rodeado de Vendetta Red. O fato é que a banda está de volta, depois de alguns anos separada, e prestes a lançar CD novo. Nós já ouvimos o disco, e o proprio Burke Thomas, baterista da banda, explicou um pouco sobre esse retorno do VR. Confira:



DMBR - Olá… tudo bem?


Empolgado!

DMBR - O que é e quem são os Vendetta Red?

Zach Davidson – Vocal/Guitarra
Burke Thomas - Bateria
Leif Anderson – Guitarra principal
Jonah Bergman – Baixo
Nós somos uma banda de rock n’ roll de Seattle, Washington.

DMBR - Scripture é o primeiro album do Vendetta em 7 anos, desde que a banda se desfez.
Como foi a sensação de estar de volta ao estudio para gravar com a banda?
Como foi o processo de criação das músicas?

Na verdade, nós não planejavamos nos reunir. Eu estava morando em Los Angeles desde a separação da banda e em 2010 me mudei de volta pra Seattle. Se eu não me engano, o Zach recebeu alguma mensagem de texto dizendo que haveria um show de reunião da banda, mas não tinha sido nenhum membro da banda que havia mandado. Deve ter sido uma piada de algum fã ou um trote. Eu recebi uma ligação do Leif, estava tudo muito confuso e uma coisa foi levando a outra. Então, nós pedimos para um grande amigo, Jonah, tocar com a gente e quando vimos, nós já estávamos programando shows. Nós tocamos nosso album “Sisters of the Red Death” e foi só por diversão.
O show lotou e nós ficamos surpresos com a resposta elétrica do público, então começamos a escrever mais músicas.

Através dos nossos amigos da Loaded, conhecemos um produtor local, Terry Date. Ele tinha ouvido falar da gente e estava interessado em produzir um disco. A partir dali a gente já tinha planos. Nós começamos a nos reunir por volta de 3 vezes por semana, durante um mês, e as músicas foram surgindo rapidamente. Havia muita cerveja, risadas, e mais cerveja. A energia era completamente diferente da de quando a banda havia acabado da primeira vez.


DMBR - A maioria dos sites costuma perguntar “qual é a sua música preferida” e esse tipo de coisa. Então eu vou fazer diferente, pra você, qual é a música que você considera “não tão boa assim” (eu não acho que você tenha uma, mas não custa perguntar)? Qual foi a música mais difícil durante a gravação?

Uuuuh, essa é difícil! Eu vou dizer que …(provavelmente eu esteja errado) a música que menos se encaixa no estilo da Vendetta Red é a “The Oracle”, na verdade ela só é um pouco mais alegre ou romântica comparada às outras do álbum. E também, o arranjo feito na “See without eyes” foi um pouco heterodoxo para o meu cérebro “pop” e levou um pouco mais de tempo pra ser computada.
No geral, todo o processo foi, fisicamente, um pesadelo. Uma semana antes da gravação, eu rompi um ligamento do meu joelho direito, que é o lado do bumbo. Foi torturante tocar, e na maior parte do tempo eu mancava em volta do estúdio, todo enfaixado e sob doses de medicamentos. Só comecei a melhorar em meio à turnê com a Loaded, mais ou menos na época do SWU.

DMBR - Enquanto eu estava escutando as músicas, eu meio que senti a atmosfera em volta do album. As músicas seguem algum tema? E o que seria Scripture na sua concepção?

Nosso vocalista, Zach, é um dos melhores letristas de rock da atualidade e também é bastante visionário. Isso vem dele: “um tema recorrente no Scripture seria a depravação, violência e negatividade humana, reunidas em uma outra dimensão, em uma estrela maior que nasceu para devorar a nossa galáxia”

Então, aqui vamos nós…

Eu sei que quando nós estávamos escrevendo as músicas, nós flutuávamos em volta das ideias em um “campo de batalha no espaço”. Nós pensamos em preencher as músicas com solos de guitarras e bateria. Usamos assim: “O exército vem descendo a encosta e ataca o vilarejo (bateria monstra), então o anjo de 3 cabeças voa em cima do vilarejo, varrendo os moradores com suas asas (solo de guitarra com um atraso extra)e o coro dos mortos-vivos louva sua glória (camadas harmonicas assustadoras e sintetizadores).

DMBR - O VR lançou um concurso para seu novo vídeo, onde os participantes tinham que gravar uma parte aleatória da música. Quem teve essa ideia? Como é a proximidade da banda em relação aos fãs?

Nós tentamos ter mais diálogo com nossos fãs, diariamente se possível. Os shows da Vendetta Red ficam ainda mais íntimos, e são uma experiência bem física e suada.

DMBR -Talvez ainda seja cedo pra perguntar, mas, a banda tem planos de gravar mais álbuns? No início, essa reunião tinha sido apenas para um show, certo? Como foi que vocês da banda se deram conta de que a VR deve continuar unida?

Eu não vejo motivos pra não gravar, nós todos somos escritores e viciados em “Rock”, háá, mas ainda é um pouco cedo para prever esses planos. Foi exatamente esse show que nos fez mudar de conceito e querer fazer mais músicas e mais apresentações. Nós não sabíamos o que esperar desse show, e foi realmente reconfortante o fato de as pessoas ainda lembrarem e gostarem da nossa música.


Bonus Round

DMBR - As pessoas aqui estão finalmente se envolvendo com coisas relacionadas ao football. Você é um fã dos Raiders, certo? E os outros integrantes do VR? O Football normalmente gera alguma discussão na banda?

Eu sou um grande fã dos Raiders. Sim. Bem, Jonah é com certeza um fã de football. Não falamos muito sobre isso no VR. Creio que na banda falamos principalmente de comida e família.

DMBR - Porque Burke Thomas “OVERDRIVE” (ENERGÉTICO)?

Esse apelido me foi dado por um ex-companheiro no começo da VR.
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DMBR - Nesse estágio da sua vida, você já tocou em várias bandas de rock. Qual é a grande diferença entre estar no palco com a Loaded e estar no palco com a Vendetta?


Ambas são emocionantes para tocar no palco. Tanto Zach quanto Duff tem uma forma de agitar o público se eles não estão envolvidos o suficiente. Ambos entendem a importância de se conectar com cada fã, seja em um estádio ou em um bar. Todos os companheiros de banda, em ambas as bandas, têm um senso de humor estranho. Eu diria que a grande diferença é que a Loaded é mais no piloto-automático (no bom sentido)… um pouco trapaceira. Os shows do VR são mais imprevisíveis e caóticos (na maior parte do tempo no bom sentido).


DMBR - Você é um desses fãs tipicos das musicas dos anos 80, mas Vendetta parece mais com os anos 90. Quais são as influências da banda?

Sim, eu adoro a musica dos anos 80, mas gosto muito da dos anos 90 também – PJ Harvey, Liz Phair, That Dog, Pond, Hum, Failure, Archer of Loaf, Weezer, Guided by Voices, Sunny Day Real Estate. Eu sei que Zach adora The Manic Street Preachers, Echo and the Bunnymen, U2, The Cult, Muse e Hard Core dos anos 90. Leif adora Guns ‘n Roses, Van Halen, U2 e guitar heroes. O Jonas tem um fundo mais de metal, bandas de buttrock/sunset strip e muito de pop. Tanto Jonah quanto Zach ADORAM Misfits… e nós todos adoramos Pixies e The Smiths.


DMBR - Desde Jimi Hendrix e talvez até mesmo antes, Seattle sempre teve bandas excepcionais. Agora há bandas como Loaded, Star Anna, Vendetta e muitas outras que são bandas ótimas.
Mas desde que o grunge “morreu” essas cidades são meio que “ignoradas” se você comparar com cidades como Los Angeles. Porquê?

Nada mudou quanto a saída abundante de compositores e bandas incríveis de Seattle. Ainda há uma associação de talentos brilhante e uma natureza competitiva na cena de Seattle. Embora eu possa dizer que não tem sido a falta de boas bandas de rock. As coisas populares atualmente são com guitarras limpas, sons mais bonitos, camadas de vocais, rock indie. Não há o suficiente para o punk, o metal, o “grunge” ou qualquer coisa mais barulhenta nessa cidade.
Los Angeles também tem muitas bandas talentosas. É que LA tem um diferencial para fora da cidade, o que torna mais difícil desenvolver uma comunidade ou uma cena.
Pode haver muito de Seattle em LA. Seattle é muito pequena, com clubes em quase todas as esquinas e shows todas as noites. A desvantagem disso é que apenas alguns jornais e revistas dão informações sobre musica nova que tem a voz mais alta e na maior parte do tempo é errada, nessa cidade.

Claro que com a internet e com as transmissões ao vivo, é um desafio para que as pessoas saiam para os shows, a menos que seja uma grande turnê. Antigamente era só o que você fazia – ir ao trabalho, ir para os ensaios da banda, se encontrar em algum show, conhecer novos músicos, formar uma comunidade, uma concorrência construtiva.

DMBR - Agora, qual é o próximo passo? Vocês vão sair em turnê? Onde e quando? VR tem planos de uma turnê fora dos Estados Unidos? Em quais países vocês gostariam de tocar?


Nós estamos decidindo quem, na realidade, vai lançar esse próximo disco para nós, e temos um show de lançamento do vinil em 17 de março. Depois disso, temos alguns shows mais reservados em Washington e Oregon que planejamos anunciar em algumas semanas. E então pretendemos fazer alguns shows nos Estados Unidos. Agora, nós não temos nenhum itinerário de shows para fora do país, mas teremos em breve em nossos planos de ataque. Nós adoraríamos tocar em alguns festivais na América do Sul, se pudermos. Temos muitos seguidores no Reino Unido. Então nós provavelmente vamos para lá primeiro.

DMBR - Bem, alguma ultima palavra?


Gostaria de agradecer a vocês e a Loaded Brasil por todo o apoio e por difundir a palavra do VR. Nós esperamos vê-los em breve. Saia do sofá e apoie sua cena musical local! Ligue a câmera e cante! Se envolva! Paz para todos!

Obrigada, Burke!





PS: Agradecimentos à @Fla_Carvalho por ter passado a entrevista pro portugues enquanto eu viajo.

 
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