sábado, 22 de setembro de 2012

Duff Mckagan: Entrevista ao site FasterLouder

David Swan coloca um dos fundadores do Guns n Roses, e também baixista, Duff Mckagan em “In the Firing Line” para falar de Reality TV, conselhos financeiros e porquê o Velvet Revolver não encontra outro vocalista.

Ser membro de uma das maiores bandas de hard rock de todos os tempos te traz certas responsabilidades e expectativas. Primeiramente, para escrever um livro explosivo sobre suas experiências. Segundo, tendo uma separação com o vocalista ao ponto de estipular que ele é uma “persona non grata” ao ser citado nas entrevistas. E terceiro, estrelar um reality show vergonhoso com sua esposa. Mas Duff Mckagan sempre foi mais acima e além, e sua carreira pós Guns n Roses tem sido seu trabalho como colunista e ter formado grandiosos supergrupos enquanto lidera sua própria banda, Duff Mckagans Loaded.

Eram 4 horas de uma tarde quente na costa oeste dos Estados Unidos, e Duff estava em grande forma enquanto ele falava ao FL sobre supergrupos, o infame show no Calder Park em Melbourne – 1993, porquê ele realmente largou o Jane’s Addiction, e como ele se sente sobre o resto do mundo vendo sua esposa, a modelo Susan Holmes-Mckagan, nua. Se você estiver cansado das mesmas velhas historias sobre vicio em drogas, leia sua autobiografia, “It’so Easy (And Other Lies)”.
  
                                        

De qual banda você se sente mais orgulhoso? Guns n’ Roses, Velvet Revolver ou Loaded?
Você não citou o nome de várias bandas... Eu sou grato apenas pelo fato de que pessoas ainda vem para me ver tocar. Eu não sei se tem alguma banda em particular. Eu acho apenas que todo o “arco” me deixa de queixo caído, sério. Eu sou grato por tudo isso.



Por que “Duff Mckagan’s Loaded”? Por que não apenas “Loaded”?
Essa é uma ótima pergunta.  Eu ia usar apenas Loaded quando a banda começou. Acho que foi para distinguir o Loaded de todos os outros Loaded’s fazendo turnê por aí.


Quem vai realmente substituir Scott Weiland no Velvet Revolver?
Não tenho ideia.


Onde isso chegou neste momento?
Hmm... Acho que em lugar nenhum. Acho que as pessoas meio que cansaram de falar sobre isso, porque realmente não tem um cara, então não há nada que eu, Slash, Matt ou Dave possamos falar que mudaria o curso dessa questão. Então, não tem ninguém agora, e eu acho que com o Slash em turnê, e comigo em turnê, as pessoas com o tempo vão parando de perguntar. Talvez quando tudo se acalmar, encontremos o cara.

                       
É mais intimidante estar num supergrupo do que numa banda comum?
Todas as bandas são super. A intenção é, quando eu, Slash e Matt começamos a escrever canções tinha um boato sobre LA e na indústria da musica, de que nós estaríamos compondo, e não era chamado de supergrupo. Eram apenas três caras do Guns. Então logo que você adiciona um cara de outra banda, repentinamente vira um supergrupo... Quer dizer, quando eu penso na palavra “supergrupo”, eu sou um cara velho, então eu penso no Asia, e essa foi a primeira vez que eu ouvi essa palavra. E nós não somos como o Asia. Mas já não era intimidante tocar com Slash e Matt em 2003 e 2004 quando começamos esse lance, como era nos anos 90. Nós éramos apenas amigos. Scott... Nós já éramos amigos por algum tempo, então era só mais um camarada. De longe era tipo, “Meu Deus! Os superamigos estão se reunindo”, mas era mais como “não mesmo”, mas não dá pra argumentar contra isso.


Duas décadas depois, como você se sente sobre seu álbum solo, “Believe in Me”?
É um bom retrato de um idiota bêbado. Acho que foi um grande retrato do meu estado mental... Não acho que seja um grande disco, mas um grande retrato.

                        

Quais suas memórias (se tiver) sobre o infame show dos Gunners no Calder Park Raceway em Melbourne? O calor, publico sem água, etc.?
Eu não me lembro de ninguém ficando sem água, mas é claro que eu não teria ouvido sobre isso – não tinha internet. Eu me lembro do show, me lembro de ver um grande mar de pessoas. E a Austrália, bem, a primeira vez que viemos tocar foi em 88. Tão longe para um americano, e muito exótico sabe. Foi demais. 2000 pessoas sentadas, e tinha um cara com a Cruz da capa de Appetite For Destruction tatuada em suas costas. Quando vou à Austrália eu ainda me lembro desse cara, e meio que significou para mim o comprometimento desse país para com nossa banda. Mesmo que não seja algo justo, ou não, mas significa. Me fez pensar, “Esses caras são hardcore pra caralho.”

Então esse show, foi um show enorme. Rose Tattoo também estava nele, e eram uma banda que realmente significava muito. Eu fiquei sabendo deles quando o Guns começou. E era como um Guinness Record do maior show no hemisfério sul, algo do tipo. Foi durante o período da banda em que as coisas estavam realmente crescendo, você com 26 anos, e coisas como essa começavam a serem comuns. Você realmente não sabe como lidar.


                        
Você já considerou tocar com o Neurotic Outsiders de novo?
Já, sim. Foi provavelmente a banda mais divertida em que eu estive, apenas porque você não dá a mínima, e nós estávamos numa banda com Steve Jones (Sex Pistols), e tudo era meio que O Grande golpe do Rock n’ Roll. Nós tínhamos um grande contrato. Nós não tentamos, não estávamos tentando, e passando por todo esse lance com Jonesy (n.t: apelido de Steve Jones) que não estava nem aí, e ele é um dos meus ídolos. Estar no assento do capitão foi uma ótima experiência em minha vida.


                        
Slash recentemente disse ao Aussie Media que certa vez ele encontrou sua mãe na cama com David Bowie. Ele realmente fez isso?
Ele não estava fazendo aquilo.


Qual a melhor peça de um conselho financeiro que você tem a oferecer às pessoas lendo isso? (Duff recentemente começou uma firma de consultoria financeira, Meridian Rock, para jovens músicos.)
Enterre em seu quintal.  Não, eu tive uma coluna financeira por um ano durante a crise, em 2009, e onde fiz meu melhor trabalho em que disseminei algumas informações avançadas sobre finanças para que pessoas comuns como você e eu entendessem. Eu creio que minha coluna tenha ajudado algumas pessoas se sentirem menos assustadas para entenderem o que toda terminologia por aí significam.



Você tem vários projetos paralelos rolando. A musica não paga mais as contas como costumava?
Escrever não paga contas. Eu apenas gosto de escrever, e a Seattle Weekly me ligou cerca de quatro anos atrás, para uma coluna semanal. Eu meio que viciei nisso. Eu leio muito. E eu ganhei uma coluna na ESPN, então de repente eu estava escrevendo 2000 palavras por semana e devido a toda essa escrita eu pude escrever o livro. Eu nunca fiz nada baseado em dinheiro ou lucros. Eu apenas gosto do que faço. Então se você me ver fazendo algo, é porque gosto. Mas o Rock n Roll não paga todas as contas, claro. Vendas de discos podem pagar algumas, mas hoje em dia ninguém realmente está fazendo fortuna vendendo discos. Talvez o Linkin Park ou o Pearl Jam.


Por que você realmente deixou o Jane’s Addiction? Na época você citou “diferenças musicais”.
Na verdade eu nunca disse isso. Nunca disse “diferenças musicais”, porque não acho que tenha sido isso. Foi mais como ter feito um serviço para essa banda... por um minuto. E eu conheço esses caras há um bom tempo, e pude tocar em alguns shows com eles, e ajudar a escrever algumas canções. Eles estavam no lance deles, e era meio estranho pra mim, um cara que sempre começou suas próprias bandas, é meio difícil entrar numa com mais de 20 anos de historia e tentar se encaixar. Eles realmente estavam tentando me fazer sentir ajustado, mas eu fiz o meu trabalho e sabia quando era a hora de dizer, “Tou tranquilo. Vocês estão tranquilos? Estou tranquilo.” Não foram diferenças musicais, foi apenas algo inexplicável.


Qual a parte mais embaraçosa em estar envolvido no “Married to Rock”?
A coisa toda. Mas sabe o quê? Minha esposa esteve do meu lado em um monte de merda. Ela teve a oportunidade de fazer esse programa, e eu fiquei meio que “Quanto você quer que eu apareça?”, porque eu vivo com três garotas, e isso estava sempre em evidencia em casa. Eu odeio isso. Quer dizer, eu não odeio nada... não é meu tipo. Mas eu amo minha esposa, e ela estava animada em fazer isso. Então eu não acho que tenha ficado realmente envergonhado, mas eles queriam que eu fizesse todo tipo de coisa que não era do meu tipo, tipo eu e ela numa briga falsa. Eles ficavam tipo “Comecem uma briga sobre encontrar uma casa nova”, e eu ficava “Isso é idiotice, não vou fazer isso”. Casamento já é difícil o suficiente sem encenar uma briga falsa na TV sabe? E eu não podia fingir uma briga, não podia fazer isso. Mas as garotas podiam vestir todo tipo de roupa chique e nós tínhamos os maquiadores e coisas assim que as deixaram felizes por um tempo.


Incomoda o fato de que todo mundo viu sua mulher nua?
Não! Eu a vi nua antes que pudesse conhecer!




Matéria Original: Faster/Louder

 
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