quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Quando, de repente, todo mundo te ama


Tradução da coluna do Duff na ESPN:
Duff McKagan recorda os primeiros dias de sucesso quando ele se tornou mais engraçado e mais bonito.
Desde que eu não sou seu tipo usual de escritor aqui na ESPN (leia-se: não sou um cronista esportivo, por mais selvagem imaginação de qualquer um), tem sido minha missão tentar igualar histórias esportivas aqui e ali com alguma coisa que talvez eu já tenha vivido. McKagan tem visto alguma @$#*. McKagan é um fã de esportes como todos vocês. McKagan tem sua própria coluna. Ciclo.
Eu sou de uma cidade (Seattle) que perdeu seu time da NBA. Desde que a perda ocorreu – a NBA em si e como um todo – é como se tivesse “morta” pra mim. Oh, eu meio que ainda sigo no mais obscuro dos termos (Blake Griffin tem inspirado uma pitada certa de fanatismo); mas em sua grande maioria, os fãs de basketball em Seattle são como o proverbial “homem sem um país”.
Mas na semana passada ao que parece, alguma coisa apelidada “Linsanity” nos pegou como uma espuma. Sim. Jeremy Lin, aquele cara normal que alguns aspectos poderiam ser como você ou eu (bem, se você ou eu pudesse ir pra Harvard e jogar basketball de modo excelente e ainda ser um trunfo não notado dos aros estaríamos iguais no próximo nível), que veio do nada e acaba de “esmagar” nos últimos seis jogos para seu New York Knicks. Ele fez isso de novo na noite de terça-feira, marcando 27 pontos e ganhando a partida com uma bola de três pontos restando 0,5 segundo pro encerramento, contra o Raptors. É divertido assistir. É excitante e desperta o nosso imaginário coletivo do oprimido. Davi contra Golias. Tornou-se uma história de devaneio do que “poderia ser” em nossas próprias vidas.

Então agora, para um lado desta história que eu posso meio que relacionar com alguma coisa que eu tenha vivido, era uma vez quando surpreendentemente, minha banda de rock GN’R de repente, da noite para o dia, passou do pensamento de meninos de rua a quem ninguém dava uma chance real de sobreviver para um sucesso do tipo Cinderella. Na sua própria opinião dentro de um aquário, você não sente mudanças em si mesmo. Mas do lado de fora – isto é, como as outras pessoas de repente passam a tratar você por causa de seu sucesso – pode-se confundir e pensar que talvez você seja um pouco mais grandioso e fodão.

Durante os primeiros seis meses após o nosso primeiro álbum “Appetite For Destruction” finalmente decolar, eu realmente pensei que eu talvez fosse um pouco mais bonito e mais engraçado do que eu imaginava ser. Eu quero dizer – caramba – as pessoas riam de todas as minhas piadas, dizendo o quão engraçado eu era, e o sexo oposto de repente estavam todas interessadas em mim. Eu era o “cara”. As pessoas finalmente perceberam como eu era legal. Já tava na hora, afinal. Eu digo os seis primeiros meses, porque em seguida, um dos meus irmãos mais velhos foi me visitar em Los Angeles. Depois de alguns dias ficando comigo e testemunhando toda aquela palhaçada em primeira mão, meu irmão me sentou e me deu uma conversa do tipo “você-sabe-que-estas-pessoas-só-querem-embarcar-na-sua-fama-e-da-sua-banda-e-eles-realmente-não-dão-a-mínima-pra-você”. De repente eu acordei. Eu havia bebido o ponche, e ele estava morto à direita.
Jeremy Lin, sem dúvidas, experimentará alguma coisa do tipo agora. Ele parece ser um cara que é muito focado e tem uma ótima família ao redor dele.  Eu me pergunto se aquele irmão que dorme no seu sofá teria a mesma conversa que eu tive com meu irmão. Mas por enquanto Jeremy, o sexo oposto pode ser divertido também!


Originalmente publicado em 15 de fevereiro de 2012: http://sports.espn.go.com/espn/thelife/music/news/story?id=7579542


 
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