quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Duff Mckagan’s Loaded no Brasil: Memórias inacreditáveis de uma turnê inesquecível - FINAL



Burke Thomas é um cara mais legal do que aparenta, com seu jeito tímido e calado. Entrou ao meu lado na fila, e inclusive me esperou durante a revista para podermos ir juntos ao salão de embarque. Uma das coisas mais legais foi ver ele abrir um sorriso e ficar todo vermelho quando disse que ele é um puta batera e agora faz parte da galera do Loaded. E então, chegamos: Um cumprimento rápido a um dos Roadies, um forte aperto de mãos com Mike Squires, e então um grito: “Heey” – era Jeff Rouse – um cara simplesmente incrível, que mesmo antes dessa turnê eu já considerava um grande amigo, cumprimento ainda Duff, com direito a um tapinha na barriga por parte dele, e então chego até o Jeff. Paro do lado dele, apoio em seu ombro e digo: “Parece que estamos no mesmo vôo”. Encostei-me então nas costas de uma fila de assentos, de frente para a banda, e então começamos a conversar. Coisas aleatórias eram ditas, tipo “tempo bom hoje” ou “cara, estou faminto”. E então Duff vira para mim e diz: “Voce estava no SWU, certo? Eu me lembro de você. Ficou até o fim? O que achou dos outros shows?”. Começava então uma discussão sobre o épico show do Alice in Chains, e o infeliz divorcio dos lideres do Sonic Youth.Jeff começa a olhar estranho para minha camisa e pergunta: “Onde arrumou esta? Foi a que mandamos?” após uma breve explicação sobre todo o processo para ganhar a camisa, receber e tudo o mais, o reconhecimento: “Você fez o vídeo do Fancorps?” E então eu pude finalmente dar os créditos a quem merece: Leo Xavier!!! Essa era a hora também de falar sobre os maravilhosos fãs que o Loaded tem no Brasil. Podia ver nos olhos deles, toda a admiração e o espanto por saber que eram tão queridos no Brasil, mesmo não sendo tão reconhecidos. Durante toda conversa, o segurança contratado pela produtora me olhava estranho, como se não quisesse estar ali, e sentisse inveja do que estava rolando. Mas, como julgá-lo? Se fosse o contrario eu sentiria o mesmo. E surgem então os caras do Down. As mesmas crianças de sempre, já chegam fazendo bagunça. Phil então vai para a frente, e chama a atenção: “Fuck You”, e abre um sorriso”. E então mais conversa. Chega então o momento do embarque. A fila era formada, mas Duff fez questão de não entrar nela, e se postou ao meu lado. Já me sentia parte da equipe. As coisas chegavam a um ponto, em que era praticamente impossível ficar melhor.

Entrei no avião, coloquei minha mochila no compartimento de bagagens e olhei os caras entrarem. Phil, mais uma vez me cumprimentou e fez uma cara de mal. Parecia até uma tentativa de se passar por machão, assim como faz durante os shows. A banda se posta em seus assentos, e então decolamos. 50 minutos no mesmo vôo que Phil Anselmo e Duff Mckagan. Quem poderia sonhar com isso? Mais uma vez: “sou o cara mais sortudo do mundo”. E então pousamos em Curitiba.

Sabe quando você assiste os DVD’s de sua banda favorita, e nos extras tem as filmagens deles caminhando por corredores, ou desembarcando de algum vôo? Pois é, eu me vi numa cena como essa. No meio de vários passageiros, cerca de vinte se destacavam, e eu estava entre eles. E com Phil dançando balé ao meu lado. Ele é realmente um cara louco

E então o momento crucial, quando me deparo com as tão famosas portas de desembarque. É engraçado como a vida pode mudar de um dia para o outro. Lembro-me de 2009, quando ainda estava de frente para uma dessas, esperando Duff sair e nos cumprimentar. E então eu estava ali, pronto para sair com eles. E nesse instante, eu me senti como um verdadeiro Rockstar. Pessoas vinham falar comigo, tirar fotos, e de fato me conheciam. E então estavam os caras caminhando tranquilamente, indo para a Van enquanto conversavam com os fãs. Fotos, autógrafos, coisas banais. Jeff ainda acha um tempo pra zoar comigo e conseguir uma boa foto: Me dando uma gravata (ele apertou pra valer). Não da para simplesmente expressar o quanto Jeff se tornou meu amigo com o passar do tempo. Agora era só esperar o derradeiro show, no Master Hall, que também marcaria a despedida do Down no Brasil.

Uma volta no shopping com uma grande amiga, Camilla, e então bora pra fila. Mais uma vez tenho de enfrentar problemas com a Abstratti. Como já era de se esperar, atrasaram a lista. E se passam as horas, e então a fila se movimenta. E eis que surge o assistente de produção da banda, me cumprimentando como um velho amigo, e pedindo as mais sinceras desculpas pelo atraso. E eu só pensava: “cara, isso é real? Eu sou tão importante assim?”. Tinha alguém da equipe do Loaded me pedindo desculpas, conseguem entender o que quero dizer? Finalmente adentro a casa de shows, e mais uma surpresa: Muita gente me cumprimentando. Cara, como as pessoas me conhecem em Curitiba? E cada vez mais eu me sentia como um rockstar. Fotos e abraços o tempo todo. Mas que semana perfeita. E então começa o show...

Intro, Executioners (com o Jeff me cumprimentando, como de costume), We Win e a mesma seqüência de musicas dos shows anteriores. Chega então So Fine. Enquanto a musica era executada, senti algo batendo e raspando em minha garganta. Assustado, procurei pelo chão para ver o que tinha me atingido, e então a surpresa: uma palheta do Duff aos meus pés, e ninguém tinha visto. Essa era de fato minha!!! Com a energia renovada, o show continua sem novidades, e novamente termina de modo épico com It’so Easy. Jam com os caras do Down em Bury me in The Smoke. E então um dos momentos mais legais da minha vida:
Uma garota, se não me engano de Minas Gerais, está falando alguém pelo celular, e então é possível se ouvir: “Você não vai acreditar, mas acabei de ver o Duff Mckagan e o DuffCover está ao meu lado”. Se for possível ficar com a face tão rubra a ponto de ultrapassar o vermelho, então eu posso dizer que atingi esse estágio. Já estava começando a achar que eu realmente era importante, pelo menos naquele momento, naqueles dias!

E então chega o cansaço. O Loaded tinha ainda mais um show pela frente, mas a minha turnê tinha acabado por ali. Uma despedida dos caras e então de volta para a casa. Rever fotos e vídeos dessa gloriosa semana, que poderia durar para sempre, e que de fato irá. Mesmo que seja na memória. E mais do que ídolos, eu tive a chance de ter novos e verdadeiros amigos!


Para Jeff, Mike, Duff, Burke, Phil, Kirk e mais uma galera das equipes: Amo vocês caras!!

 
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