Produtor musical, multi-instrumentista, salvador da cozinha do Loaded ao atender um chamado as pressas e substituir Isaac Carpenter na turnê, e ainda por cima um cara espetacular. Burke Thomas está cuidando da bateria do Loaded e nos contou como foi essa experiência de excursionar com a banda de Duff Mckagan. Confira!
DMBR - Olá Burke, como vai?
Estou me sentindo muito bem. É legal estar nas nuvens, e na Alemanha pela primeira vez!
DMBR - Você esteve excursionando com o Loaded nos últimos meses. Primeiro pela Europa e então America do Sul, e agora de volta a Europa. O que pode se notar de diferente entre os públicos?
O publico na America do Sul é loooooooooouco. Eu curto isso. Eles amam Rock n Roll e amam Duff e o Loaded. O publico na Europa e nos Estados Unidos são um pouco mais reservados, de braços cruzados. Além disso, preciso dizer que Dublin e Londres foram demais. A maioria das pessoas conheciam as letras de nossas musicas. Eu amei os cânticos de futebol durante as musicas na maioria das cidades da America do Sul. É um sinal de aprovação, correto?
DMBR - Durante esta turnê, vocês excursionaram com o Down, e agora irão abrir alguns shows para o Motorhead. Qual é a sensação de poder tocar com esses caras?
Eu não sabia muito sobre o Down antes da turnê, além do obvio. Agora, eu acho que eles são minha banda favorita em todo o mundo. Eles são divertidos e bons amigos. Sua musica é pesada e se encaixa com as grandes massas. Eu ainda não conheci o Motorhead em seu show, ou como pessoas, mas eu manterei vocês informados. Eu estou animado em tocar shows esgotados na Alemanha. Demais!
DMBR - Você faz parte do Vendetta Red, do qual Jeff Rouse foi integrante. Como é tocar com ele? Qual a principal diferença entre tocar com Jeff no Vendetta e agora no Loaded?
Os laços meio que estão amarrados agora. Nós trouxemos o Jeff durante o fim da ultima turnê do Vendetta, e ele teve que aprender uma porção de coisas num curto período de tempo. Agora eu sou o cara “adicionado” no ultimo minuto. Tem sido incrível tocar com Jeff, Mike e Duff. É super tranqüilo todo dia. Temos os mesmos níveis de humor, e nos respeitamos. Algo como um sentimento entre familiares.
Enquanto Jeff está tocando, ele se sente a vontade no palco. Eu conheço vários músicos que podem “fritar” enquanto gravam em estúdio, mas agem como um “cabo de vassouras” no palco. Ele parece brilhar durante as apresentações ao vivo, e no estúdio. Ele é aquilo que chamamos de “pro”!!
DMBR - Todos vimos, e agora sabemos que você é um grande baterista (eu costumava ter uma bateria também, mas como baterista eu sou um bom guitarrista). Mas por que escolher a bateria? Quem o influenciou a tocar? Quais são as bandas que você costuma ouvir?
Muito obrigado, isso significa muito. Eu escolhi a bateria porque quando eu era criança, meu avô me trouxe uma caixa (N.E: parte da bateria) para o Natal, que acabou ficando no canto do meu quarto por vários anos, apenas pegando pó. Um dia, eu e minha irmã tivemos uma briga, e ela disse: “E você sabe de uma coisa?...... Aposto que posso tocar essa bateria melhor do que você.....”. E foi isso. Eu não parei de praticar por dez anos. Não apenas isso, eu continuei “invadindo” seu quarto e aprendi a tocar guitarra. E então piano... baixo...etc... Então, eu fui à faculdade para aprender como ser um engenheiro de som, para que pudesse gravar a mim mesmo tocando todos os instrumentos. Anos depois, eu formei uma “banda de um-homem-só” chamada Pris, e lancei vários discos.
Eu fui influenciado por The Pretenders, U2, Adam and the Ants. Bow Wow Wow, The Smiths, Sex Pistols, Ultravox, Thomas Dolvy, bastante coisas New Wave dos anos 80, Punk oitentista, musicais da Broadway, Leonard Bernstein, Andrew Lloyd Weber.
Eu cresci em ma casa cheia de mulheres cantando, como pode ver…
DMBR - Como todos nós sabemos, Duff costumava tocar bateria em algumas bandas de Seattle. Em algum momento vocês conversam sobre o modo de tocar, o que pode ou não ser feito durante as musicas?
Nós nunca conversamos sobre bateria. Ele mencionou isso algumas vezes. Eu sei que ele é muito bom. Eu vou tentar convencê-lo a vir durante uma musica, e detonar comigo. Isso seria incrível.
DMBR - Pode-se dizer que você foi chamado as pressas para ocupar o cargo de baterista da atual turnê do Loaded. Em sua opinião, qual foi o principal fator para ter sido escolhido? De quem foi o convite?
Eu toquei com o Loaded durante o show de intervalo do jogo de futebol americano “Seattle Seahawks X New York Giants. 67.000 pessoas. Foram apenas duas musicas, mas eu acho que foi aí que eles conquistaram a confiança em mim sobre tocar na frente de um grande publico. Eu estava no meio das gravações do novo álbum do Vendetta Red em Seattle, quando eu recebi um telefonema do Mike sobre complicações e a possibilidade de excursionar. Eu estava disponível para trabalhar minha agenda. Então, sim, Mike e Jeff me convidaram. Eu sei que Duff confia neles.
DMBR - Essa é a segunda passagem do Loaded pelo Brasil. Em 2009, quando a banda estava prestes a fazer a turnê sulamericana, o baterista Geoff Reading deixou a banda e foi substituído as pressas por Isaac Carpenter, que se manteve na banda desde então. Estamos criando certa superstição sobre esses shows. O que você pensa sobre isso? Assim como aconteceu com Isaac em 2009, você pensa em manter seu posto na banda?
Há há há. Eu conheço esses caras. Encontrei com ambos uma vez. São grandes bateristas. Não é da minha conta qualquer outro assunto. Eu apenas estou aqui no momento, e aproveitando ao maximo, tentando fazer o meu melhor. Se esta for minha ultima turnê com o Loaded, eu tive uma boa diversão, e conheci algumas pessoas realmente maravilhosas. Mas quem sabe? Eu poderia explodir no palco de tanta alegria. Há!
DMBR - Quais são seus próximos planos?
Quando voltar para Seattle, eu vou tocar alguns shows com outra banda chamada Megasapien. Então, eu estarei me preparando para passar o natal com minha família. Após o ano novo, o novo disco do Vendetta Red sairá e então precisaremos nos organizar para a turnê, etc...
Eu sei que o Loaded estará decolando novamente em breve. Tem coisas boas por vir...
DMBR - Durante a turnê sulamericana, vocês fizeram quatro shows no Brasil. Qual foi o momento mais memorável? Do que mais gostou? Pretende voltar algum dia?
Bem, o pior momento foi no SWU. Eu tinha um grande curativo no meu braço esquerdo, que começou a desenrolar sobre a bateria durante uma musica. Desastre total. Não foi “pro”. Eu pude me recuperar.
O melhor foi pregar uma peça no Down, tocando uma canção do Journey (N.E: Stone in Love, no show de Curitiba) durante sua ultima musica. Eles ficaram surpresos, e alegres. A expressão no rosto do Phil foi da fúria para o êxtase em segundos... há!
Eu amo o terreno do Brasil. Muito verde, colinas extensas, arvores lindas. Bem diferente de Seattle. Na verdade, me lembra um pouco de San Diego, California. Eu não sou um grande fã dos motoristas brasileiros, e eu não consigo entender essas coisas que ficam mordendo meus pés (????????)
Eu definitivamente quero voltar. A maioria do que vi foram os Aeroportos brasileiros, quartos de hotel, camarins e transito. Eu tentei dar algumas voltas, mas estava sempre escuro, e não tive tempo suficiente.
DMBR - Pra encerrar, mande uma mensagem pra galera do Brasil...
Muito obrigado aos fãs do Loaded no Brasil. Vocês significam muito para nós. Não vamos nunca nos esquecer de vocês, e voltaremos assim que pudermos. Obrigado por amarem o Rock n Roll. O Radio odeia o Rock n Roll nos Estados Unidos.
PAZ
B.urke T.homas O.verdrive