Tradução da coluna do Duff em SeattleWeekly:
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Duff conta sobre suas aventuras na Costa Rica com guitarrista do Pearl Jam |
Eu cresci na mesma vizinhança de Seattle que um jovem guitarrista em ascensão chamado Mike McCready.
Nós éramos amigos então. Ele
tinha sua banda, Shadow, e eu estava em todas as outras bandas da cidade.
Mike foi para Hollywood com a
Shadow na época em que o GNR estava realmente começando a crescer na cena
musical por ali, e ele (claro), finalmente decidiu voltar para Seattle, e
formou uma pequena banda chamada Pearl Jam. Nós éramos muito jovens naquela
época, e as chances de que dois colegas da mesma vizinhança estivessem em duas
das mais conhecidas bandas de rock do planeta eram realmente um tanto
inesperadas.
Mas nós dois começamos a seguir em
nossas próprias batalhas com vários bêbados, e então, realmente perdemos o
contato um com o outro por alguns anos. Nós tivemos nossas próprias aventuras e
experiências de vida para trazer à tona quando voltamos a sair juntos outra vez
cerca de dez anos depois.
Atualmente, nós dois estamos
casados e com filhos, e nós dois completamos nossas tarefas com as já
mencionadas bandas. Nenhum de nós se importou em voltar para cá outra vez,
dando então à nós dois, mais coisas em comum que nos ligam.
Logo depois do Natal, Mike tocou
em um show de reunião da Shadow na Tractor Tavern. Na próxima noite, ele e a
esposa, Ashley, tiveram um encontro comigo e minha esposa Susan, alguns amigos
deles da Califórnia que estavam a ponto de fazer uma grande mudança para a
Costa Rica (3 crianças, e tudo mais), para abrir um clube em San Jose, C.R., e
tentar, de uma vez por todas, levar o rock and roll para a América Central.
Brincando, dissemos que talvez
eles devessem levar a Shadow e Loaded para tocar por lá durante o Spring Break,
e que nós todos poderíamos tirar férias com a família e shows de rock juntos.
Esses “amigos da Califórnia” pegaram a bola e correram com ela! E eu tive vivi
uma semana com minha esposa e filhos na mais épica aventura por lá, juntamente
com a Loaded, Shadow, as crianças McKagan, as crianças McCready, e esses nossos
novos amigos da Califórnia: os Van Horn´s.
Os shows de rock eram arriscado.
Quero dizer, alguém apareceria? Talvez eles soubessem do Pearl Jam ou do GNR ou
Velvet Revolver, mas isso raramente faz com que alguém queira gastar seu suado
dinheiro para ver “algum cara daquela banda”. Além disso, decidimos adicionar
uma noite, na qual faríamos uma típica Hootenanny de Seattle (um show acústico,
no qual todos dividem as tarefas nos vocais). O baterista da Shadow, Chris
Friel é casado uma veteran da Hoot, Kim Virant, e ela também se juntaria à nós
nessa viagem – então e daí? Vamos levar um pouco do Hippie/Country do noroeste
para a América Central. O dono do clube, Nick Van Horn, imaginou que isso seria
ótimo, e de grande ajuda para colocar seu clube como ponto de partida para
outras bandas européias e americanas em suas longas jornadas pela América do
Sul.
Os shows estavam lotados, e a
segunda noite esgotada. OK. Isso vai funcionar.
Depois, era hora da parte das
nossas férias durante a viagem. Praia com 8 adultos, 7 crianças entre 3 e 14
anos. Nenhum de nós nunca havia até então, tido férias com os outros...e nós
estávamos indo para uma parte do mundo para a qual nenhum de nós jamais havia
ido: Manuel Antonio, Costa Rica, um lugar afastado, na frente da praia, no meio
da floresta no lado do Pacífico do país. Um longo percurso a partir de San
Jose, uma longa estrada de qualquer outro lugar.
Fizemos vários planos diferentes.
A esposa de Mike, Ashley, é uma daquelas que gostam de aproveitar a vida com
paixão. Ela não parece ter medo de coisas como risco, e seu jeito de lidara com
as coisas, misturado com a atitude de Susan, cuidaria de tudo o que fizéssemos,
sem erros.
1. Eu queria que Mike me
ensinasse a surfar. Feito.
2. Nós queríamos ver os Mico-leões. Feito.
3. Nós queríamos ver um ou dois
Bichos-preguiça. Feito.
4. Que tal um macaco Cappucino? Feito.
5. Jibóia?
Feito.
6. Tirolesa a 200 pés na floresta
tropical com chuva e vento, com todas as crianças? Feito.
E deixe-me contar uma coisa; a tirolesa
soou como uma ótima ideia. Mas assim que nos aproximamos da área com nosso
ônibus de turismo, a chuva começou. Uma tempestade.. e com raios muito
próximos, mas inferno, tínhamos crianças conosco, isso não poderia ser muito
alto e terrivelmente perigoso, certo? Entendido. Foi as duas coisas e, era uma
das mais longas tirolesas da Costa Rica. Em um circuito de cabos como esse, uma
vez que você começa, não tem volta. Havia 10 cabos de tamanhos variados. Um “balanço
do Tarzan” de 200 pés de altura até o próximo (puleiros, na chuva), e dois
rapéis.
Havia gente chorando lá em cima,
e o pânico estava se instalando, de um jeito muito sério. Mike não estava tão
surtado até o último minuto, e ninguém estava exceto por alguns adultos. Uma
das minhas doces meninas estava com algumas lágrimas enquanto nós estávamos
vestindo os equipamentos para a tirolesa. Mas nós conseguimos, e Mike e eu,
naqueles lugares altos que davam pânico e cheios de lágrimas, conseguimos de
alguma maneira lidar com as coisas, e ser apenas pais... aqueles que acalmam
toda a situação, e de alguma forma conseguem a confiança das pessoas.
Aquelas foram duas horas na chuva
– e uma semana na Costa Rica – que eu nunca vou esquecer. Eu não imagino que
qualquer um de nós vá.