Tradução
da coluna do Duff na ESPN:
Duff McKagan diz que
ouvir o programa de Jim Rome foi como ouvir um amigo por 17 anos.
Muito
de vocês sabem da minha estória pessoal. Você sabe: o cara do rock, chapado,
drogas, mais drogas, ainda mais chapado... e então a eventual queda em um
hospital. O hospital foi uma chance brutal para mim ter um pico dentro da minha
mortalidade. Olá, realidade. Olá, medo. E olá, tentando encontrar alguma
coisa lá for a, sem a garrafa, o pó e as pílulas.
“Você
bebe, você more”, disse o doutor, depois que ficou claro a possibilidade de eu
realmente terminar ali na ala de triagem no hospital de Seattle. Certo. E agora?
Eu
voltei pra Los Angeles confuso e aterrorizado. Meu corpo foi espancado e minha
mente estava viajando a milhões de milhas por horas. Pânico.
Uma
das primeiras coisas que eu tentei foi acordar em um horário um pouco normal. Digo, 7:30 da manhã. Quero dizer, o que é que todo
mundo faz? Eles
levantam cedo e fazem suas coisas, correto? Exceto meu dia de trabalho que
realmente não começava até as 9:00 da noite. Oh, bem, eu teria isso mais tarde.
Uma
das coisas que fiz para afastar a balança do “vou/não vou” foi pegar uma mountain
bike velha e enferrujada que de alguma maneira estava em minha garagem e
pedalar. Por causa do medo que eu tinha de que alguma coisa ruim poderia
acontecer se eu não pedalasse (ou seja, bebida!), eu pedalei por loucas oito
horas no dia, até estar tão exausto para fazer qualquer coisa, exceto me
alimentar (uma romântica ideia) e beber água (algo que eu não fazia nos últimos
10 ou 11 anos). Eu tinha 30 anos de idade e começando do zero absoluto.
Na
minha buscar em ser “normal”, ou ao menos tentar, eu comecei a ouvir este
programa de radio esportivo com um cara chamado “Rome”. Eu sempre tinha sido um
grande fã de esportes, mas mais do peão e
do time da casa. Jim Rome trouxe um estilo e juventude ao debate esportivo
aqui em L.A. Não foi provincial e sem prisioneiros. Isto foi “punk rock”, se
você quiser. Este programa tornou-se o meu foco durante os primeiros dias e
meses de sobriedade. Eu ficava entretido pelos “clones”, como os ouvintes e
ligantes leais de Rome são conhecidos, e pregado pelos convidados de Rome. O
programa se tornou um lugar seguro para temperar a dor e a luta pela qual eu
estava passando.
Como
resultado, eu ainda ouvi o programa por 17 anos depois e mantenho-o na mais
alta conta por algo muito mais além dos esportes. Rome nos leva através das coisas. Coisas como ter filhos. Coisas como nos
colocar de bobos em nossas vidas diárias, como um todo, acumulando um caminhão
carregado de humor e insinuações. Obrigado,
Jim. Obrigado, cara.
E
obrigado por nos manter através do 9/11 (Nota: 11 de setembro, atentado ao World
Trade Center). Claro, a mídia de todos os tipos desviou de sua programação
habitual nesses dias e semanas que se seguiram após o ataque, mas Rome trouxe
uma humanidade e emoção que aparentemente falava para todos nós. Foi real,
brutal e profundo. Aquelas pausas na radio quando Rome se recolheu foram
tocantes, sem palavras.
E
mais ao ponto do motivo pelo qual estou escrevendo todas essas coisas bem
agora: eu fui meio que em uma blitz de mídia para divulgar meu livro. Fiz o “Good
Day LA”, KROQ (e cerca de 30 programas matinais de rock na FM). Fiz
entrevistas em jornais diárias e semanais.
Mas
não foi até eu estar confirmado para aparecer no programa de Jim Rome na última
quinta-feira, que eu estava meio “amarrado”. Quero dizer, inferno! E se eu fosse um daqueles infelizes que
congelam e Rome me cortasse? E se os “clones” me pilhassem? Eu ia fazer esta
coisa, não importava como e ao menos tentaria transmitir a Jim o que seu programa
representava pra mim.
Nós
acabamos tendo uma ótima conversa, ele me deu o tempo para sentar e apenas converser.
Ele me fez sentir como se estivesse conversando com um velho amigo, que foi
como eu vi de qualquer maneira.
Minha
esposa me disse depois que aquele dia eu passei a ter, sei lá, “um bilhão” de
novos seguidores no Twitter. Quando fiquei online para ver, eu fui dominado
pelos “clones” do programa de Romes. Caras (a maioria) que estavam torcendo por
mim de alguma forma. É muito legal ter “Jungle Karma” agora. Faz-me sentir um
pouco mais confortável escrevendo sobre esportes aqui.
Ah,
inferno… com quem eu estou brincando? Eu não escrevo sobre esportes aqui. Eu escrevo sobre outras coisas. Os heróis. Os lances internos.
E sim, meus times de Seattle… que poderiam usar um pouco do Jungle Karma de si
mesmo.
Originalmente
publicado em 27 de março de 2012: http://sports.espn.go.com/espn/thelife/music/news/story?id=7743670