Esta semana, Duff Mckagan esteve no popular programa americano, “Dr Phil”. Durante a entrevista ele falou sobre sua época de drogas, e sobre sua segunda chance na vida, o que me deu a idéia para a coluna de hoje.
Nem todos sabem, mas eu e Duff temos alguns pontos em comum que chegam a ser bem interessantes. Temos o mesmo senso de humor, as mesmas influencias musicais, e passamos por coisas péssimas.
Durante certo período de minha vida, tudo o que era impróprio, proibido, e nocivo, me atraia, e muito. Então logo me tornei um alcoólatra fumante drogado andando pelas ruas ouvindo Punk Rock. Creio que não dê para negar que em certo ponto, todo adolescente pensa em fazer isso, ser como seus idolos em certo ponto de suas vidas, mas felizmente não tem a coragem (ou insanidade) suficiente. Passei alguns anos usando o que encontrasse pela frente, e por alguns momentos eu não sabia nem o que era realidade, e muito menos o que enfiava no meu nariz. Não me perguntem sobre 2007 & 2008, porque de fato, não vou me lembrar de nada.
As drogas não nos fazem apenas sentir vivos e felizes, e acabar com os pesadelos que temos enquanto acordados, vendo o mundo decair. Elas também nos matam por dentro, e cada vez mais ficamos tristes e temos pesadelos quando temos de acordar. Em certo momento, o simples fato de sabermos que em alguns minutos, e nos piores dos casos, em algumas horas ficaremos sóbrios, nos assusta, o que significa que mais drogas serão usadas para impedir isso. É a partir daí que surge o vicio. Você está tão acostumado a fugir da realidade, que a simples idéia de voltar para ela, te assusta. Então você precisa se entorpecer cada vez mais.
Eu felizmente, larguei definitivamente as drogas no final de 2009, mas antes disso houveram tentativas frustradas. É fácil imaginar que você pode substituí-las por álcool, ou remédios, mas a verdade é que é muito mais fácil você ficar viciado nessas substancias também. Em minha primeira tentativa, substitui a Cocaína por Calmantes. Resultado: precisava tomar pelo menos 4 comprimidos por dia, e só assim me sentia bem. Logo voltei a usar drogas.
Assim como qualquer outra mudança em nossa vida, temos que fazer porque queremos, e temos de estar preparados. Não adianta simplesmente precisarmos.